O Dia da Filantropia é comemorado no Brasil pela primeira vez hoje, no dia 20 de outubro de 2020. Mas o Dia Nacional da Filantropia, instituído pela Lei nº 13.925, de 4 de dezembro de 2019, reflete um trabalho de grande alcance social que já ocorre no Brasil há muito tempo. O termo “filantropia” vem do grego “philos” e “anthropos” juntando as palavras “amor” e “homem”, ou de forma mais abrangente: o amor que deve prevalecer entre os seres humanos. E este amor se traduz na prática em serviços em prol das pessoas, principalmente na saúde, na assistência social aos mais fragilizados, seja em situações extremas, como catástrofes naturais ou conflitos bélicos ou na vida cotidiana, onde nem sempre todos têm as mesmas condições de vida. Segundo a Agência Senado, os autores do projeto de lei, os deputados federais Antônio Brito (PSD-BA) e Eduardo Barbosa (PSDB-MG), dizem que a iniciativa pretende dar visibilidade à filantropia e à participação ativa do cidadão na sociedade.
Historicamente a filantropia já era exercida no Brasil desde a fundação da Santa Casa de Santos, em 1543, quando a instituição religiosa oferecia abrigo e alimentação a quem recorria a ela. Passados os séculos, as instituições filantrópicas modificaram-se e multiplicaram-se e atualmente o País conta com mais de 9 mil instituições beneficentes de assistência social praticando os fundamentos da filantropia nas mais diversas áreas e de forma reconhecida pelo Estado brasileiro, “esta grande rede de assistência envolve milhares de profissionais remunerados, voluntários, instituições de diversos tamanhos e abrangência mas que fazem um trabalho tão importante que muitas vezes complementam e até suprem lacunas do poder público”, descreve Aguinaldo Correa, diretor hospitalar do Hospital Ibiapaba CEBAMS.
Ao aliar à sua estrutura de atendimento particular, desde a fundação em 1967, a uma parte voltada para a filantropia, que é executada pelo Centro Barbacenense de Assistência Médica e Social (CEBAMS) desde 2007, o Hospital Ibiapaba CEBAMS não só aumentou o número de leitos e de serviços como se tornou referência regional para a Oncologia e a Cardiologia de alta complexidade. Isso graças ao atendimento que é oferecido via Sistema Único de Saúde (SUS). São mais de 25 mil procedimentos realizados anualmente, sendo que 70% desses pacientes são beneficiados pela gratuidade do SUS.
No ambulatório de especialidades do CEBAMS, até o mês de setembro deste ano, mesmo com o impacto negativo da Pandemia, cerca de 13 mil procedimentos entre consultas clínicas, cirurgias e terapias já foram realizados. Os atendimentos envolveram as seguintes especialidades: Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, Cirurgia Cardíaca, Mastologia, Urologia, Cardiologia, Controle de Marcapasso, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Proctologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Otorrinolaringologia, Ginecologia, Neurologia, Reumatologia, Endocrinologia. Pelo Brasil, segundo o Fonif, foram feitos, apenas em 2017, 4.485.057 procedimentos hospitalares e 257.149.938 procedimentos ambulatoriais por instituições filantrópicas.
Muito além da assistência
Mas o trabalho filantrópico em uma instituição como o CEBAMS não fica só na assistência da clínica médica, os serviços de assistência social e o apoio psicológico ofertados em todos os níveis de atendimento auxiliam pacientes e famílias nos momentos mais difíceis. Além disso, entidades como Associação de Apoio a Pessoa Portadora de Câncer e seus Familiares (APPC), formadas exclusivamente por voluntários, ampliam os direitos das pessoas com câncer, bem como ajudam a confortar e acolher essas pessoas e seus familiares.
A associação é mantida através de doações de alimentos, leite, água de coco, suplementos alimentares e uma casa de apoio abriga pacientes de outras cidades que não teriam abrigo na cidade antes ou após os procedimento ou internações hospitalares. Clubes de Serviço como Rotary, Lions e entidades como Pastorais da Igreja Católica também exercitam o amor ao próximo em ações e campanhas realizadas no Hospital.
Para o presidente do Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (FONIF), Custódio Pereira, que é fundador e ex-presidente da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), mais do que nunca é hora do trabalho filantrópico no Brasil ser evidenciado e valorizado. “Vamos celebrar a partir de agora Dia Nacional da Filantropia, como um dia de fé na humanidade, para que mais pessoas e entidades se juntem nessa corrente solidária capaz de transformar o mundo em que vivemos!”.